21 de Julho de 2014

Roteiro Homilético - 16º Domingo do Tempo Comum

Estamos  celebrando o décimo sexto domingo do Tempo Comum, tendo a graça de escutar a proclamação do Evangelho de Mateus em que Jesus nos conta três parábolas falando-nos do Reino de Deus: a parábola do Joio no meio do trigo, da semente de mostarda e do fermento. Elas nos ajudam a compreender como o bem e o mal se apresentam muitas vezes juntos. Por que o pecado, o mal, a imperfeição,  estão presentes na nossa vida? E ainda por que  as pessoas insistem na prática de retribui o mal com o mal, da vingança e do desejo de castigo?

Vivemos num mundo marcado pela desconfiança, pela desilusão, pelo medo, pela falta de perspectiva de mudanças pessoais, estruturais, políticas e sociais. Nos perguntamos por que Deus não intervém de forma mais incisiva transformando toda esta realidade? Por que Ele não castiga os que erram?

A parábola do trigo e do joio nos ajuda a compreender como Deus respeita a liberdade das pessoas e que só a ele cabe a missão de fazer a triagem. Essa triagem não acontece conforme nossos critérios, nossa lógica e espaço de tempo, mas conforme os desígnios da sua misericórdia.  Mostra como a sociedade é um campo de ações diversificadas e contraditórias e a missão do semeador de semear a boa semente, sem o propósito de fazer a colheita. Importa que cultivemos com paciência o propósito de fazer sempre o bem. O bem que se manifesta através de pequenas atitudes como o grão de mostarda. Pequenino mas com possibilidade de germinar, crescer e tornar-se uma árvore grandiosa. O bem é ainda comparado ao fermento que invisível, acaba transformando toda massa. Assim é o Reino de Deus. Não impõe de fora, mas age a partir de dentro, pela ação do Espírito Santo. A mística do Reino de Deus exige paciência, perseverança no propósito de praticar de mudar, de perseverar e de esperar o tempo de cada pessoa.

Na construção do Reino, é preciso ter Paciência e esperar a hora certa para a separação final na colheita, para limpar o terreno e semear novas sementes.

Deus  nos convida a rejeitar as atitudes de rigidez, de intolerância, de incompreensão, de vingança, e a contemplar os irmãos (com as suas falhas, defeitos, comportamentos) com os olhos benevolentes, compreensivos e pacientes da compaixão que o Pai nos ensina.

O autor da primeira leitura, nos ajuda neste processo e nos fala de um Deus misericordioso afirmando: “Não há, além de ti, outro Deus que cuide de todas as coisas e a quem devas mostrar que teu julgamento não foi injusto” (v 13).  A pedagogia divina não é baseada na força, na punição e sim na esperança do arrependimento, da reconciliação, da conversão e na prática do perdão. Para tanto nos aconselha São Paulo na primeira leitura que devemos deixar o Espírito de Deus nos conduzir, nos guiar e nos fazer mais compreensivos, pacientes e capazes de esperar o tempo do outro, o momento certo de agir.



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