18 de Maio de 2022

Membros de religiões de matrizes africanas são acolhidos na Basílica Santuário Senhor do Bonfim

Na oportunidade, padre Edson Menezes destacou que durante as Celebrações Eucarísticas não pôde deixar de perceber a concentração e o distinto comportamento dos visitantes


Membros de religiões de matrizes africanas são acolhidos na Basílica Santuário Senhor do Bonfim

Por Luanne Ribeiro

 

Na última sexta-feira (13/05), durante o período da manhã, a Basílica Santuário Senhor do Bonfim recebeu membros de religiões de matrizes africanas durante a realização das Celebrações Eucarísticas matutinas. Os visitantes foram acolhidos pelo reitor, o padre Edson Menezes, mediante uma conversa cordial.

 

Na oportunidade, padre Edson Menezes destacou que durante as Celebrações Eucarísticas não pôde deixar de perceber a concentração e o distinto comportamento dos visitantes. “O respeito deles é admirável, o modo como eles participam da celebração, revela muita concentração. É admirável o comportamento dos membros das religiões de matrizes africanas”.

 

Para o Candomblé, o Senhor do Bonfim é Oxalá. | Foto: Luanne Ribeiro

 

Por conseguinte, o reitor da Basílica Santuário também expressou que apesar das diversidades e singularidades de cada um, é necessário o entendimento de que as intolerâncias e preconceitos devem ser combatidos.

 

“É preciso combater a intolerância religiosa e todo tipo de preconceito, superar as resistências que criamos devido a nossa própria cultura e história. Cada um de nós precisa entender que somos iguais. Nós somos irmãos”.

 

Durante a Santa Missa das 11h foi recordado os 133 anos da Abolição da Escravatura do Brasil a partir da assinatura da Lei Áurea, na qual foi determinada o fim da escravidão no país. Neste sentido, padre Edson relatou que a memória desta data é uma oportunidade de pedir perdão pelos pecados cometidos e a morte de tantas pessoas inocentes.

 

“Com um sentimento de reparação por tudo aquilo que aconteceu com os nossos irmãos da nossa raça negra, essa é uma oportunidade de pedir perdão por tantas atrocidades, pecados cometidos e mortes de irmãos inocentes que passaram por verdadeiras torturas. Nós precisamos pedir perdão a Deus e combater os tipos de escravidões que continuam até hoje, reconhecendo que toda pessoa humana é livre e tem a sua dignidade de filho e filha de Deus”.

 

Deste modo, a abertura de um templo para o acolhimento de pessoas que seguem uma outra denominação religiosa é a compreensão da Declaração Universal dos Direitos Humanos mediante o artigo 18: “Todo homem tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião”. 

 

Neste sentido, o reitor da Basílica Santuário do Bonfim conclui que a diferença de religiões não impede o processo de diálogo, aproximação e respeito. “A convivência fraterna não significa que você esteja professando a mesma fé, mas que você respeita a fé do outro. E isso não nos impede de cultivar o diálogo e aproximação com respeito mútuo.”, expôs.



Nenhum evento encontrado!